Entendendo o que não se pode ver! Filtragem de óleo – Parte 1

Em sistemas hidráulicos, aproximadamente 75% das falhas estão diretamente ligadas à contaminação.

Estudos mostram que em lubrificação de rolamentos, filtrando o óleo novo antes de aplicá-lo no componente e o mantendo em um nível de contaminação NAS 5 conforme NAS 1638, é possível dobrar sua vida útil. Em componentes hidráulicos o aumento da vida útil poderia chegar a 300%.

Estas falhas geram altos custos com paradas de produção, peças de reposição, troca de fluidos, descontaminação de sistemas, dentre outros.

Em sistemas hidráulicos o fluido desempenha 4 funções principais, sendo a transmissão de energia, a troca de calor entre os componentes e o ambiente podendo ser forçada ou não, a lubrificação dos contatos internos das peças e também atua como vedação preenchendo as folgas entre os componentes móveis. A contaminação pode interferir em todas estas funções, de forma a acelerar a formação de oxidações, alterações físico-químicas no óleo, desgaste acelerado, bloqueio de orifícios, dentre outros. E caso uma das quatro funções do fluido não seja desempenhada corretamente, o sistema hidráulico pode não operar conforme projetado.

Entendendo o que não se pode ver a olho nú:

Quando falamos de contaminação do óleo, nos referimos a tudo o que não faz parte de sua formulação inicial. Portanto, podemos considerar como contaminantes do óleo os seguintes elementos:

Água:

Em óleos minerais provoca deterioração das capacidades de separação do ar e de aumenta a formação de espuma causando cavitação (Falha). Altera as características físico-químicas do lubrificante causando desgaste, vibração, ruído. Em óleos sintéticos à base de ésteres, pode causar hidrólise, falhas em vedações e vazamento. Em óleos isolantes reduz a tensão de ruptura dielétrica. Possui como fontes a condensação, vedações danificadas, vazamentos em trocadores de calor, lavagem por água de componentes. Pode ser detectada através de ensaio de crepitação (chapa quente), que é um ensaio qualitativo ou através do método Karl Fisher que é um ensaio quantitativo.

Partículas:

Geralmente são consideradas como sedimentos (quando menores que 5 mícrons) ou pequenas partículas (maiores que 5 mícrons), podendo ser partículas duras como a sílica, ferro, carbono ou maleáveis como fibras e borracha. Podem causar desgaste a dois e a três corpos, gerando assim mais partículas que darão continuidade no desgaste. Este tipo de contaminante geralmente geram falhas catastróficas nos sistemas. Podem ser inseridas no sistema durante a fabricação, inserção de óleo novo contaminado, durante a operação, troca de mangueiras, dentre outros. É possível quantificar através do ensaio de contagem de partículas, gerando resultados conforme normas NAS ou ISO. Podem também serem estratificados os tipos de partículas presentes através do ensaio de espectrofotometria. São controlados os volumes de partículas muito pequenas, de 5, 10, 15, 20, 30 microns… Mas quanto é isso e por que desse controle?

As folgas dos componentes hidráulicos são muito pequenas, na ordem dos microns (milionésima parte do metro), algumas válvulas possuem folgas internas entre 1 e 4 microns.

 

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