Entendendo o que não se pode ver! Filtragem de óleo – Parte 2

No primeiro artigo conhecemos alguns dados estatísticos de falhas em componentes devido à contaminação, um pouco sobre alguns contaminantes e seus malefícios, vimos também sobre as folgas internas e tamanhos das partículas que geram falhas em sistemas hidráulicos.

Neste artigo daremos continuidade neste extenso e importante assunto.

Como descobrir se meu óleo está contaminado?

Como vimos no artigo anterior, se nós conseguirmos enxergar a olho nu algum tipo de contaminação no óleo, principalmente partículas duras e/ou alterações na cor e viscosidade do óleo, sabemos que a situação não está nada boa.

Então a melhor estratégia para detectarmos a presença de contaminantes é trabalhar de forma preventiva e preditiva. A melhor estratégia vai depender do custo-benefício a ser alcançado, mas estima-se que se gasta até 10 x mais para retirar os contaminantes de um sistema do que implantar ações preventivas.

Diante disso a melhor opção é a prevenção somada ao monitoramento.

Em relação ao monitoramento, este pode ser realizado em tempo real ou periodicamente. Em tempo real pode ser obtido através da instalação sensores de monitoramento de água e partículas.

Ensaios de análise de vibração também podem nos indicar a presença de contaminação no lubrificante através da evolução do carpete de lubrificação, este monitoramento pode ser em tempo real ou periódicos.

Pela técnica de análise de óleo, periodicamente pode ser realizada de duas formas (através de ensaios de campo ou ensaios laboratoriais). A vantagem de se utilizar uma análise laboratorial é a vasta gama de ensaios que podem ser realizados e com isso podemos determinar não só a presença e quantidade de partículas, mas também detectar quais elementos estão presentes e determinar quais são os contaminantes e suas origens.

Vejamos alguns exemplos de laudos laboratoriais:

Detecção de água:

Laboratórios trabalham geralmente com dois ensaios para detecção da presença de água, sendo o ensaio de Crepitação (também chamado de chapa quente) e o ensaio Kalr Fisher. Há ainda outros métodos, como avaliação da turbidez, destilação por arraste, presença de espuma pelo aquecimento.

O ensaio de crepitação é um método qualitativo, pois demonstra se há a presença de água no óleo quando este óleo entra em contato com uma chapa aquecida e apresenta estalos e crepita, semelhantes à uma frigideira com que possui óleo com a presença de água. Ou seja, ele não informa o valor em ppm ou percentual de água existente neste óleo e não é possível definir com precisão com qual porcentagem de água o óleo irá crepitar, pois há uma variação em devido às características de cada lubrificante. Alguns laboratórios consideram que óleos minerais crepitam quando apresentam mais de 500 ppm, porém não é um valor preciso.

A titulação Karl Fisher é um método quantitativo que consiste na titulação de uma amostra diluída tipicamente em metanol, tendo um reagente que é uma solução contendo iodo, dióxido de enxofre e amina. Estando na presença de água, o iodo e o dióxido de enxofre são consumidos rapidamente, pelo que a sua medição pode ser realizada e relacionada com o teor de água na amostra analisada.

Abaixo temos parte de um laudo que aponta a presença de água em porcentagem.

Nos valores acima é interessante mencionar que, com os resultados obtidos e analisando a tabela de Vida Remanescente do rolamento apresentada no artigo anterior, poderíamos prever uma redução de mais de 75% da vida útil do rolamento caso ele permaneça operando com este óleo contaminado. Outros itens importantes são a redução da viscosidade do óleo na amostra que possui maior teor de água bem como sua acidez, ambos podendo ser alterados pela presença da água.

Detecção de Partículas

Abaixo veremos o resultado de dois ensaios utilizados na análise de óleo que permitem e identificação da contaminação por partículas.

O primeiro demonstrado é o ensaio Espectrofotométrico, este ensaio detecta partículas menores que 4 microns quando realizado no método absorção atômica e abaixo de 10 microns quando utilizado o método de emissão de plasma.

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